domingo, 5 de dezembro de 2010

Olimpíada de Língua Portuguesa

Gostaria de compartilhar como a Olimpíada de Língua Portuguesa envolveu os alunos da minha cidade e eu, particularmente, estou muito orgulhosa, pois um dos alunos selecionados para a etapa estadual é da minha escola.

Pedro, da Escola Homera, de São José dos Campos


12/11/2010
Alunos joseenses participam da Olimpíada de Língua Portuguesa

Entre os 164 textos literários selecionados para a etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa “Escrevendo o Futuro”, dez são de alunos da rede municipal de São José dos Campos. Ao todo, 34 escolas municipais enviaram produções para participar do projeto.

A Olimpíada é uma iniciativa do Ministério da Educação em parceria com a Fundação Itaú Social e coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). A proposta é contribuir para a formação do estudante e melhorar o ensino da leitura e escrita nas escolas públicas brasileiras.

Primeiro, os estudantes tiveram que desenvolver textos nas categorias poemas, memórias literárias, crônicas e artigo de opinião, sobre o tema “O lugar onde vivo”. Em seguida, cada escola selecionou os melhores trabalhos e encaminhou as produções para a comissão julgadora da Secretaria de Educação. A categoria artigo de opinião foi destinada apenas aos alunos do ensino médio.

Confira os selecionados em cada categoria:

Poema:
Emef Professora Homera da Silva Braga
Pedro Hitoshi da Silva (aluno) / Érica de Carvalho Grilo (professora)

Emef Professora Regina Ferreira Bevilacqua
Gabriel Monteiro Chinaglia (aluno) / Silvanda Aparecida Demétrio (professora)

Emef Therezinha Menino Jesus Soares do Nascimento
Geovana de Oliveira Rodrigues (aluna) / Ana Angélica Alves de Melo (professora)


Crônica:
Emef Professora Elizabete de Paula Honorato
Ariane Santos (aluna) / Jacqueline Andrade (professores)

Emef Professora Luzia Levina Aparecida Borges – 2° lugar (crônica)
Jéssica da Silva Guimarães (aluna) / Claudia Maria Chiarion Casteletti (professora)

Emef Professora Regina Ferreira Bevilacqua
Rômulo Henrique Brandão (aluno) / Maria Natividade Crestanello (professora)

Memórias Literárias

Emef Antônio Palma Sobrinho
Beatriz Miomi Alzemon (aluna) / Luciane Alessandra de Campos Guimarães

Emef Professora Regina Ferreira Bevilacqua
Kamila Suzana Patrocínio (aluna) / Silvanda Aparecida Demétrio (professora)

Emef Professora Norma de Conti Simão
Laís Gomes de Oliveira (aluna) / Fabiana Cristina T. de Toledo Fernandes (professora)

Emef Professora Vera Lúcia Carnevalli Barreto
Stephanie de Almeida Santos (aluna) / Carla Luciane Almeida Maciel (professora)

02/12/2010
Alunos tiveram textos publicados em coletânea

Os alunos que tiveram os trabalhos selecionados na etapa municipal da Olimpíada Nacional de Língua Portuguesa - Escrevendo o Futuro – e seus professores foram homenageados nesta quinta-feira (2) no auditório da Secretaria de Educação. Durante o evento, eles receberam a notícia de que os textos foram publicados em uma coletânea.

“Gostei muito de participar e foi uma surpresa ver meu texto selecionado”, contou Pedro Hitoshi da Silva, de 11 anos, aluno da escola municipal “Professora Homera da Silva Braga.

[...]

Para a professora de Língua Portuguesa, Érica de Carvalho Grilo, a participação neste tipo de iniciativa traz ganhos para a vida toda. “Foi uma grande oportunidade para que os alunos conhecessem melhor a cidade onde vivem e transformassem tudo isso em uma obra literária”, concluiu.

Mãe e professora posam para a foto no evento de reconhecimento


Matérias tiradas do site:
http://www.sjc.sp.gov.br/noticiaspmsjc.asp?id=23263



terça-feira, 30 de novembro de 2010

Atividade de leitura - O Menino Que Trocou A Sombra




SINOPSE

Era uma sombra como qualquer outra... Nos dias de sol, corria nas paredes e muros. Nos de chuva, ficava fraquinha e até se apagava na calçada. Como resistir ao estilo envolvente do autor Walcyr Carrasco? Impossível! Principalmente quando ele narra a história de Zé Luís, um menino que andava muito insatisfeito com a própria sombra por considerá-la pouco original e completamente inútil... Motivo pelo qual sai por aí à procura de uma sombra ideal. Essa situação toda fica ainda mais divertida e curiosa quando entram na história as cores e o traço do ilustrador Marcello Araujo. O livro trata da difícil arte de se aceitar como é e de descobrir as próprias potencialidades.

Editora: Ática
Autor: WALCYR RODRIGUES CARRASCO
Ano: 1999


ETAPAS PARA TRABALHAR O LIVRO

Atividade aplicada com turmas de 6º Anos.

1. Coloque o livro na transparência ou no "data show", principalmente as imagens.
2. Faça uma leitura expressiva para os alunos.
3. O livro é divertido, não exige grandes reflexões, mas provoca curiosidade porque mexe com o imaginário do leitor.
4. Depois da contação da história, proponha aos alunos uma atividade de reprodução das sombras, entregando a eles cartolina preta dupla face, tesouras e uma cópia de várias silhuetas de animais em miniatura.
5. O material confeccionado pode ser usado com as turmas dos anos iniciais, quando, depois da contação, os alunos são estimulados a escolher uma sombra e argumentar sobre o motivo da escolha, baseando-se na história lida.

Projeto de leitura, de autoria de Maria Cristina Gama

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um texto riquíssimo em descrições, uma oportunidade para trabalhar valores e identidade. (Sugestões de atividades no fim do texto)

decorandosonhos.blogspot.com
A CASA DEMOLIDA

Seriam ao todo umas trinta fotografias. Já nem me lembrava mais delas, e talvez que ficassem para sempre ali, perdidas entre papéis inúteis que sabe lá Deus por que guardamos.

Encontrá-las foi, sem dúvida, pior e, se algum dia imaginasse que havia de passar pelo momento que passei, não teria batido fotografia nenhuma. Na hora, porém, achara uma boa idéia tirar os retratos, única maneira — pensei — de conservar na lembrança os cantos queridos daquela casa onde nasci e vivi os primeiros vinte e quatro felizes anos de minha vida.

Como se precisássemos de máquina fotográfica para guardar na memória as coisas que nos são caras!

Foi nas vésperas de sair, antes de retirarem os móveis, que me entregara à tarefa de fotografar tudo aquilo, tal como era até então. Gastei alguns filmes, que, mais tarde revelados, ficaram esquecidos, durante anos, na gaveta cheia de papéis, cartas, recibos e outras inutilidades.

Esta era a escada, que rangia no quinto degrau, e que era preciso pular para não acordar Mamãe. Precaução, aliás, de pouca valia, porque ela não dormia mesmo, enquanto o último dos filhos a chegar não pulasse o quinto degrau e não se recolhesse, convencido que chegava sem fazer barulho.

A idéia de fotografar este canto do jardim deveu-se — é claro — ao banco de madeira, cúmplice de tantos colóquios amorosos, geralmente inocentes, que eram inocentes as meninas daquele tempo. Ao fundo, quase encostado ao muro do vizinho, a acácia que floria todos os anos e que a moça pedante que estudava botânica um dia chamou de "linda árvore leguminosa ornamental". As flores, quando vinham, eram tantas, que não havia motivo de ciúmes, quando alguns galhos amarelos pendiam para o outro lado do muro. Mesmo assim, ao ler pela primeira vez o soneto de Raul de Leoni, lembrei-me da acácia e lamentei o fato de ela também ser ingrata e ir florir na vizinhança.

Isto aqui era a sala de jantar. A mesa grande, antiga, ficava bem ao centro, rodeada por seis cadeiras, havendo ainda mais duas sobressalentes, ao lado de cada janela, para o caso de aparecerem visitas. Quando vinham os primos recorria-se à cozinha, suas cadeiras toscas, seus bancos... tantos eram os primos!

Nas paredes, além dos pratos chineses — orgulho do velho — a indefectível "Ceia do Senhor", em reprodução pequena e discreta, e um quadro de autor desconhecido. Tão desconhecido que sua obra desde o dia da mudança está enrolada num lençol velho, guardada num armário, túmulo do pintor desconhecido.

Além das três fotografias — da escada, do jardim e da sala de jantar — existem ainda uma de cada quarto, duas da cozinha, outra do escritório de Papai. O resto é tudo do quintal. São quinze ao todo e, embora pareçam muitas, não chegam a cumprir sua missão, que, afinal, era retratar os lugares gratos à recordação.

O quintal era grande, muito grande, e maior que ele os momentos vividos ali pelo menino que hoje olha estas fotos emocionado. Cada recanto lembrava um brinquedo, um episódio. Ah Poeta, perdoe o plágio, mas resistir quem há-de? Gemia em cada canto uma tristeza, chorava em cada canto uma saudade. Agora, se ainda morasse na casa, talvez que tudo estivesse modificado na aparência, não mais que na aparência, porque, na lembrança do menino, ficou o quintal daquele tempo.

Rasgo as fotografias. De que vale sofrer por um passado que demoliram com a casa? Pedra por pedra, tijolo por tijolo, telha por telha, tudo se desmanchou. A saudade é inquebrantável, mas as fotografias eu também posso desmanchar. Vou atirando os pedacinhos pela janela, como se lá na rua houvesse uma parada, mas onde apenas há o desfile da minha saudade. E os papeizinhos vão saindo a voejar pela janela deste apartamento de quinto andar, num prédio construído onde um dia foi a casa.
Olha, Manuel Bandeira: a casa demoliram, mas o menino ainda existe.

- Sérgio Porto ( Stanislaw Ponte Preta)

(Texto extraído do livro "A casa demolida", Editora do Autor — Rio de Janeiro, 1963, pág. 09).


Como trabalhar:

Na Sala de Leitura:
Pedir para que dramatizem essa cena, pois mexe mais com as expressões faciais e pensamentos. (Poderia haver um narrador, ao microfone escondido), como se fossem os pensamentos da personagem... Ou mesmo o próprio aluno que estiver dramatizando gravar e colocar a sua própria voz para dar veracidade.

Em português:
Texto de Memória
Pedir para que escrevam sobre algum lugar que marcou a infância. Trabalhar descrições e sinestesia. (O Texto de Memória sempre oferece oportunidade para trabalhar os tempos e modos verbais na prática, aproveite!)

Em Arte:
Pedir que o aluno se coloque no lugar do ilustrador da história: qual desenho melhor representaria o que o texto nos passa? (A ilustração sempre revelará o que o leitor considera mais importante, o que mexeu com ele, e isso é interessante!)

Pedir para que tirem fotografias de casas antigas que lembrem a casa retratada no texto.
OU
se tudo isso for complicado, pedir para que encontrem na internet uma casa para ilustrar o texto.
(Veja a imagem que usei para representar o texto... Para mim, essa parte prendeu a  minha atenção)

Sugestões e autoria de
Maria Cristina Gama

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Feliz Dia dos Professores!



Como explicar o prazer que sentimos
quando ouvimos na rua: "professora!" ?
É uma palavra mágica que encanta
e ninguém pode tirar isso de nós...

Então, olhamos alguém que não reconhecemos,
tão alto, tão diferente daquele pingo de gente,
que nos abraça e quer contar tudo o que se passa,
pois fazemos parte da sua história.

Neste momento, os anos voltam, ficamos jovens,
o sorriso é largo, o brilho cobre nosso rosto
e agradecemos a Deus por poder começar tudo de novo:
plantar uma semente e vê-la ficar alta e forte.

Hoje é o nosso dia, mas para eles será sempre...

Chris

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Charadas para qualquer Sherlock

TRABALHAR COM ESTE LIVRO NA SALA DE LEITURA FOI DIVERTIDO, OS ALUNOS GOSTARAM MUITO. A MAIORIA PARTICIPOU DA DINÂMICA PROPOSTA, PEDINDO "BIS"

EDITORA SARAIVA

CHARADAS PARA QUALQUER SHERLOCK
ANGELA LEITE SOUZA
Ilustrações de CÉSAR LANDUCCI
1ª Edição (2008)


Baseada em uma clássica brincadeira oral, este livro-jogo apresenta com maestria e muito bom humor seis ficções policiais "nonsense" para serem desvendadas pelos leitores em um divertido e dinâmico questionário.

São sempre dois ou mais jogadores, e apenas um deles conhecerá a resolução do caso. Aos outros, caberá elaborar as perguntas, cujas respostas poderão ser apenas "sim" ou "não". Enfim, uma brincadeira divertida e instigante, para todos pensarem, deduzirem e porem em prática a curiosidade natural.

Aqui estão seis histórias, seis crimes mais ou menos perfeitos, seis charadas bem inventadas que qualquer um, com certa dose de curiosidade e imaginação, será capaz de resolver. Nós fornecemos as mesmas pistas a que um detetive teria acesso. Só podemos responder "sim" ou "não". O resto é por sua conta, meu caro Watson. No final de cada caso está a respectiva solução, devidamente explicada. Mas não desista logo, amigo leitor, use a cabeça.


http://www.caleidoscopio.art.br/angelaleite/livros/charadas-para-qualquer-sherlock-sinopse.htm

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Projeto sobre Bullying



Projeto: Vivendo Valores na escola – Bullying
Tempo de duração: 8 semanas
Turmas: do 6º ao 9º anos
Disciplina: Língua Portuguesa – SALA DE LEITURA
Eixo temático: Convivência
Conteúdos curriculares: Gêneros Textuais: Sinopse, texto de opinião e resenhas.
Autora do projeto: Maria Cristina Gama


Etapas:

1. Levar para a sala situações de convivência e pedir para que os alunos apresentem esquetes que levem a turma a refletir sobre relacionamento.

2. Ler com os alunos textos explicativos sobre "bullying" e comentar sobre a Lei.

3. Assistir ao filme "Ponte para Terabítia". Abrir espaço para comentarem sobre os tipos de bullying que aparecem na história.

4. Ler fragmentos do Livro que deu origem ao filme e comparar a linguagem de cada um, o que permaneceu e o que mudou.

4. Criar sinopse para o filme ou livro de "Ponte para Terabítia".

5. Criar capa do livro.

6. Produzir texto de opinião sobre o filme.

7. Resenha do filme.

8. Depoimento "oral" sobre o resultado do trabalho e sobre o filme - gravar.

9. Gincana - Perguntas sobre o filme (momento lúdico)

Esse projeto pode ser conseguido na íntegra no livro da autora Ana Paula Teles, chamado "Descobertas", que será lançado em 2012. Trata-se de uma coletânea de poemas e inclui um projeto pedagógico sobre bullying e depressão na adolescência, com todas as etapas, e possui Manual do Professor.

Desenvolvi esse projeto em uma escola municipal e os alunos gostaram muito, mas ainda existe um grande caminho a percorrer para amenizar esse tipo de problema.

Bom trabalho!

Maria Cristina

PS
Respeite os direitos autorais.

Bullying na escola


http://www.guiadasemana.com.br/
photos/event/bullyng3.jpg

Nova lei sugere que escolas adotem ações ‘antibullying’

Para o secretário de educação de São José, legislação é importante porque descreve e esclarece os casos que se enquadram na prática e contribui para que o tema deixe de ser um tabu; pais aprovam a medida

Flávia Marreira
São José dos Campos

Uma lei sancionada pelo prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), promete ampliar a discussão sobre bullying -- agressão física ou verbal, geralmente ocorrida entre crianças e adolescentes na escola -- na cidade.

A nova legislação sugere que estabelecimentos de ensino públicos e privados desenvolvam políticas antibullying para conscientizar alunos e professores.

“É importante que as escolas discutam abertamente e não vejam o tema como um tabu. Nós precisávamos de uma lei dessa, que descreve e esclarece quais são os casos, alertando sobre a agressão”, afirmou o secretário de Educação, Alberto Alves Mano Marques Filho.

Ele afirmou que as escolas municipais já trabalham o assunto e que, com a publicação da lei, sugerida pelo vereador Cristóvão Gonçalves (PSDB), o trabalho será reforçado com os alunos. “A lei marca um momento de elevação da qualidade do debate”, afirmou.

Elaine Spíndola Rosa, 45anos, advogada e mãe de um aluno de 14 anos da rede particular, acha que a aprovação da lei pode abrir os olhos da população sobre o bullying. “Há um descaso geral sobre o assunto. Muitas vezes, ele é tratado como um problema da idade”, disse.

Experiência. O filho já sofreu com o problema dentro de uma escola que estudava quando tinha 10 anos.

Ele estava com problema de indisciplina no colégio e, então, ela pesquisou para tentar identificar o problema e descobriu que o filho sofria bullying.

“Fiquei assustada. A gente não sabe o que é isso. Bullying é um problema e precisa ser combatido”, ressaltou Elaine. A mãe, preocupada com o assunto, tirou o filho da escola porque percebeu que não havia atitude por parte da direção para combater as agressões. “Todos falavam que era coisa de moleque, normal. Eu cortei no começo. Se continuasse, não sei onde iria parar”.

A mãe disse ainda que se preocupava com os resultados futuros que as agressões poderiam provocar no filho. “As vítimas de hoje viram os agressores de amanhã. É que nem uma panela de pressão. Uma hora estoura”, disse.

O Vale

http://ovale.com.br/cmlink/o-vale/nova-lei-sugere-que-escolas-adotem-ac-es-antibullying-1.10023

sábado, 24 de julho de 2010

Dia do Escritor

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Divulgação
Monteiro Lobato será um dos homenageados na Bienal de São Paulo
Brasil comemora Dia do Escritor neste domingo
Tatiana Cavalcanti
Da Redação

Neste domingo é celebrado o Dia do Escritor no Brasil. Em homenagem aos autores brasileiros, a 21ª Bienal do Livro de São Paulo, que ocorre de 12 a 22 de agosto no Anhembi, das 10h às 22h, é dedicada a duas das maiores expressões do País, Clarice Lispector e Monteiro Lobato. Além dos escritores, o Livro Digital e a Lusofonia também recebe homenagens.

A data surgiu em 1960, por meio de João Peregrino Júnior e Jorge Amado quando realizaram, num shopping center de Copacabana, no Rio de Janeiro, o 1º Festival do Escritor Brasileiro, organizado pela União Brasileira dos Escritores. A data do evento, 25 de julho, acabaria sendo consagrada, por decreto governamental, como “Dia do Escritor”. Jorge Amado ciceroneou o casal Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir em sua estada no Brasil.

GUARULHOS
A segunda maior metrópole do Estado de São Paulo ganhou sua primeira “Bienal do Livro” este ano. O 1º Salão do Livro de Guarulhos aconteceu em maio e atraiu mais de 200 mil pessoas em dez dias de feiras, nos moldes do evento paulistano. Para o poeta Bosco Maciel, “o Dia do Escritor é todo dia, e o seu papel é melhorar a sociedade”.

Saiba mais sobre os escritores homenageados na Bienal deste ano

Monteiro Lobato

Na sua maior parte, a obra de Monteiro Lobato é o resultado da reunião de textos escritos para jornais ou revistas. Comprometido com as grandes causas de seu tempo, o criador do Jeca Tatu engajou-se em campanhas por saúde, defesa do meio-ambiente, reforma agrária e petróleo, entre outros temas que continuam atuais. Ele arrebatava o público com artigos instigantes, que hoje, vistos de longe, constituem um precioso retrato de época, um painel socioeconômico, político e cultural do período. Dono de estilo conciso e vigoroso, com forte dose de ironia, utilizava uma linguagem clara e objetiva, compreensível ao grande público. Lobato revelou o mundo rural, então ignorado pelos escritores de gabinete que ele tanto criticava. “A nossa literatura é fabricada nas cidades”, dizia, “por sujeitos que não penetram nos campos de medo dos carrapatos”.

José Bento Renato Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, interior de São Paulo, em 18 de abril de 1882 e foi um dos mais influentes escritores brasileiros do século 20.

Ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo, bem como divertido, de sua obra de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária. Sua obra mais famosa é a turma do Sítio do Pica Pau Amarelo, com personagens como Narizinho e Visconde de Sabugosa.

Clarice Linspector

Clarice Linspector nasce em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro, tendo recebido o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Seu nascimento ocorre durante a viagem de emigração da família em direção à América. A família chegou a Maceió em março de 1922. Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife, onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche.

Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance “A Hora da Estrela” com câncer inoperável no ovário, diagnóstico desconhecido por ela. Ela morreu no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57° aniversário. Foi inumada no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro.

Além de escrever, Clarice verteu para o português, em 1976, o livro “Entrevista com o Vampiro”, da autora estadunidense Anne Rice. Em artigo publicado no jornal The New York Times, em 2005, a escritora foi descrita como o equivalente de Kafka na literatura latino-americana. A afirmação foi feita por Gregory Rabassa, tradutor para a língua inglêsa de autores como Jorge Amado e Gabriel García Márquez.

SERVIÇO

21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo – Onde: Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (Av. Olavo Fontoura, 1.209, Anhembi Parque, SP). Quando: de 12 a 22 de agosto. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Os idosos não pagam ingresso apresentando carteira de identidade para comprovação. Menores de 12 anos não pagam.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Homenagem a Saramago!

Saramago: a palavra com-paixão
07-Jul-2010 
2572_maisgrande_gde.jpg Autor: Jorge Miguel Marinho
 
“A vida é breve, mas cabe nela muito
mais do que somos capazes de viver.”
José Saramago

Se não me tocassem tão fundo “coisas” mais sensivelmente humanas na vida e na obra de Saramago - estas duas porções irmãs que nele nunca se separaram -, eu poderia iniciar esta breve homenagem dizendo que ele foi o único escritor em língua portuguesa premiado com o Nobel de Literatura. 

Não o faço e nem Saramago faz tanta questão dessa minha menção ao título por ele tão merecidamente recebido. 

De José Saramago - nascido na pequena aldeia portuguesa de Azinhaga em l6 de novembro de 1922 e provisoriamente morto na ilha espanhola de Lanzarote em l8 de junho de 2010 - prefiro e sou plenamente motivado por ele a falar da sua expressividade maior: a palavra “com-paixão”. 

E a palavra compaixão é utilizada aqui no sentido etimológico de comunhão de sentimentos, com especial empatia desse nosso letrado irmão português pelos desvalidos, pelos operários, pelos povos nativos, pelas crianças, pelo povo palestino, pelas mulheres oprimidas, pelos animais, num obstinado trabalho político e literário pela paz e por todos os segmentos sociais injustiçados e exilados do seu próprio “direito de ser”. Diz Saramago como palavra de lei:
“Os deveres humanos são sempre deveres em relação aos outros, sobretudo, pois cada um de nós é responsável por todos.” 

Esta marca ideológica da sua obra, em que ateísmo e marxismo se mesclam de um apelo algo “religioso” pelo intenso sentimento de compaixão, está presente desde o seu primeiro romance, Terra do pecado, até a sua última narrativa, Caim, sempre em clima de polêmica que provoca nos leitores uma legião de admiradores e não poucos olhos de recusa e até de rejeição, provando que “literatura de verdade” é sempre universo de inquietações. 

Como declara comovidamente o cineasta Fernando Meirelles, “o mundo ficou ainda mais cego” sem Saramago.
Eu prefiro dizer que, escrita com paixão, a literatura de Saramago é palavra que “salva” porque extrai do seu lúcido e criativo “inventário sobre a cegueira humana” uma eterna promessa de luz. 

E o que se pode desejar mais de um escritor que, se confessando ateu, abre mão de qualquer sentido de transcendência e elege, como única matéria prima de toda sua obra, “o homem aqui e agora”, para extrair de um ceticismo lúcido ou de um pessimismo crítico, sob o signo da palavra amorosamente trabalhada, vozes que ainda clamam pelo sentido humano de cada um de nós, motivando e iluminando os seus leitores com “a melhor palavra de Deus”. 

Animação A maior flor do mundo, baseada em uma história para crianças do escritor.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Sala de Leitura

Queridos seguidores e alunos

Neste ano, realizei um sonho antigo que é trabalhar na Sala de Leitura. Um projeto que exigiu de mim deixar a escola onde trabalhava e que gostava muito.

Encontrei alunos carinhosos e um ambiente agradável.

Agradeço a Deus pela oportunidade, pois Ele está na direção de tudo e se estou agora neste novo ofício é porque é o propósito dEle.

Aguardem novidades desse meu novo trabalho!

Beijos
Chris

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

A perfeição de Deus



















No meu trabalho, sou muito próxima de crianças entre 10 e 14 anos, que elas não me escutem, pois não gostam de ser chamadas por “crianças”, mas sabemos que são cuidadas assim pelas leis... Então costumo dizer que trabalho com pré-adolescentes...

Na verdade, isso aqui não muda a minha reflexão, não é relevante. O que me fez escrever hoje foi a saudade deles... Cada rostinho veio à minha lembrança como um filme rápido e, acreditem, todos tinham um sorriso largo para mim!

O sorriso dos gêmeos é diferente, um chega quieto, com um sorriso discreto, o outro, numa corrida, me cumprimenta e já some da minha vista. Um é tímido, romântico, o outro tem rodinhas nos pés e uma resposta afiada na ponta da língua.

E as meninas, tão vaidosas, com seus cabelos arrumados e um brilho nos lábios, dando-me beijinhos molhados. Uma, pacientemente, espera a sua vez para me beijar, outra vai empurrando e reclamando que estão demorando muito.

Já os mais velhos, os de 14, entram conversando, envolvidos em assuntos que começaram pouco antes, esquecem-se do “bom dia” e do sorriso que ficou lá atrás, quando ainda eram “crianças”. Mas depois, quando lembram, falam de longe um “bom dia” gritado e com um sorriso malandro.

Assim, cada lembrança invade os meus pensamentos, sinto saudade do carinho e até das brigas, “briguinhas”, nada muito sério, de cada um que passou por mim.

É aí, que começo a admirar ainda mais o Criador. Lembrar de cada rosto, de cada jeitinho de ser, de cada olhar e de cada voz... Todos têm a sua marca, a sua personalidade e os seus traços únicos. Até os gêmeos...

Que perfeição! Cada pessoa pensada, criada, antes mesmo de existir, antes mesmo de se formar os ossos no ventre da mãe... Isso é lindo, admirável, é como uma tela única, que vale milhões, mas não tem preço.

Refletindo, comecei o meu dia, com cada beijo, cada bom dia, e Deus se revelando em cada detalhe...


Chris Amag
11h
07-01-10